martes, 30 de enero de 2018

Cuando la lluvia inunda 
los repentinos surcos
de un pecho ensimismado, 
y la niebla tiende su manto de virgen
sobre el otrora manantío de alegría y belleza.

Todavía hay fríos
sacudiendo la tundra que fue selva
y las risas velan el cadáver de aquel nido 
que bien supo iluminar veredas. 

Todos los puñales se clavaron
en el angosto páramo de la tibieza, 
pero tu voz, menuda y llena de lustre, 
aún sigue desempañando a gritos
el quejumbroso rostro de toda la tristeza.



domingo, 28 de enero de 2018

Frieza (Florbela Espanca)

Voz: Sâmara Araújo 
Música: improvisaciones (Josemi Carmona) 




Frieza


Os teus olhos são frios como as espadas,
E claros como os trágicos punhais,
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas.

Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleais,
Fantásticos desejos irreais,
E todo o oiro e o sol das madrugadas!

Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença!

Tu invejas a dor que vive em mim!
E quanta vez dirás a soluçar:
"Ah, quem me dera, Irmã, amar assim!..."

Florbela Espanca, "Livro de Sóror Saudade"

sábado, 13 de enero de 2018

King Lizard

I'll do anything
like the lizard.

I could walk through the snow
far away in that countryside.

I can't see the waves inside of my rooms
but I can feel the sound of your words
deep into my head.

There's no chains in our wrists
and you and I
can fly freely into the clouds.

The moon is watching
and that all sounds like
a song to say goodbye.